Thursday, August 30, 2018

Benfica - Algumas fragilidades

O Benfica qualificou-se para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Foi (e é)melhor  que o Fenerbahçe e PAOK, contudo essa passagem aparentemente fácil e acessível deixaram à vista algumas debilidades da equipa encarnada, que tem hoje e amanhã para as corrigir com entradas de reforços, mas que não passam apenas por aí.

Avançados -
A qualidade parece ter descido, a venda de Mitroglou, o empréstimo de Jimenez e a indisponibilidade (que não está a ficar mais novo) levou a um decréscimo qualitativo enorme no ultimo terço do terreno. Facundo, Castillo e Seferovic não convencem, e o terceiro apesar de ter jogado ontem, certamente será carta fora do barulho quando Castillo e/ou Jonas retornarem. O valor investido nos dois jogadores levam a que o treinador seja quase obrigado a apostar nos mesmos, e a lesão crónica de Jonas elimina o quase da questão. Este problema é político, como explicar aos adeptos que é necessário ir buscar um avançado, quando os três atletas que rebentaram com tectos salariais do clube são avançados? Não se perspectiva uma resolução.

Falta de profundidade
Na defesa não existe alternativas aos laterais e centrais, está demasiado dependente dos titulares, pois os "suplentes" vieram lesionados ou não parecem ter qualidade para envergar a camisola. Talvez em tempos de necessidade venha algum miúdo da equipa B e surpreenda todos. Passa uma época assim parece demasiado arriscado mas o Benfica tem vindo a ter sorte com essas soluções (N. Semedo, R. Dias...)

Anarquia de jogo
O ponto alto do jogo ofensivo do Benfica parece ser a anarquia posicional, isto confunde as defesas contrárias, com Cervi, Salvio, Pizzi a aparecerem em zonas de finalização e com qualidade técnica suficiente para ganhar muitos 1 vs 1, contudo, os mesmos parecem esquecer de marcações e posicionamento a defender quando a equipa não está com a bola controlada. Um ponto de honra para Cervi que nunca desiste, mas poderia defender com mais "cabeça".  Este jogo "louco" tem deixado Pizzi aproveitar as sobras e fazer muitos golos, mas também significou consentir 6 golos em 6 jogos, onde o único jogo de dificuldade elevada foi contra o Sporting.  Talvez esta anarquia e tipo de jogo tenha sido pensado por R. Vitória com a premissa de que com mais jogadores na frente e mais oportunidades vamos sempre marcar mais golos que o oponente (ontem a eficácia do Benfica foi enorme, mesmo com um Sferovic na frente), e retirando assim também as responsabilidades de golos aos avançados.
Mas, na verdadeira Champions a música é outra, e Rui Vitória tem de melhorar muito para não repetir a campanha negra do ano passado.